Judeus Conversos e a Itália

Itália do Quattrocento
Em sua diáspora pelo mundo, os judeus sefarditas, desde as grandes Expulsões de 1492, encontraram abrigo no Centro e Norte da Itália. Sendo esse o caminho de muitos conversos, saídos de Portugal.

La circoncision des Juifs portugais



Dado a sua formação "cristã" e seu alto nível cultural de educação, os conversos tiveram um destino diferente dos judeus sefarditas que optaram em 1492, pelo Império Otomano, onde uma mudança cultural completa foi necessária, para total inserção social.

Por outro lado, os conversos, graças a sua condição de Cristãos perante a sociedade, corriam grande risco de serem processados por Judaizar.  Por está razão os conversos evitavam os Estados Pontifícios.



Livorno



Os Principais locais de assentamento foram

Veneza, Reggio, Modena, Ferrara, Livorno e Pisa.


Embora os conversos, permanecessem separados culturalmente dos judeus italianos nativos, houve considerável cooperação e troca de experiências entre ambos os grupos, seja no campo intelectual, financeiro e também religioso.


Spagnola  Scola
A Spagnola Scola, de Veneza, foi originalmente considerada a “Sinagoga Mãe”, para a comunidade H&P no mundo, durante os séculos XVI à XVII.

Com o declínio na importância de Veneza no século XVIII, o papel na liderança 
 passou a ser dividido entre Livorno e Amsterdam, sendo a primeira, atuando na Itália e em parte do Mediterrâneo, e a segunda, na Europa Ocidental e Novo Mundo.

Muitos Conversos mantiveram presença comercial tanto na Itália como nos Países Otomanos. E mesmo aqueles que se estabeleceram definitivamente no Império Otomano, mantiveram suas nacionalidades, seja ela Toscana ou Portuguesa, de modo a usufruir dos benefícios nas capitulações Otomanas.

Assim, na Tunísia, houve uma comunidade de Juifs Portugais ou Grana L',(livornenses – Conversos Portugueses), separada da comunidade nativa tunisiana (Tuansa).

Señores Franco
Outras comunidades, porém menores, com origem nos Conversos, poderiam ser encontradas na Síria, onde eram conhecidos como Señores Francos.



Eles geralmente não eram numerosos o suficiente para estabelecerem suas próprias Esnogas, porém organizavam encontros para rezar conforme seu costume uns nas casas dos outros.

      

Revisando a história dos Judeus H e P

Édito de Expulsão
Os Judeus Hispano-Portugueses são originalmente descendentes de Conversos, ou seja, dos judeus convertidos ao Cristianismo, cujas descendentes, mais tarde, deixaram a Península Ibérica e voltaram ao judaísmo.

 Segundo o Dr.David Rabeeya, na cultura sefardita, o realismo sempre prevaleceu sobre o idealismo. Sendo estranha a prática do martírio. Assim, em momentos de grandes perseguições,optavam a conversão, para salvaguardar  suas vidas, a fim de, na primeira, oportunidade voltarem a fé de seus antepassados.

O apoio dos judeus não convertidos aos conversos em suas praticas cripto-judaicas, impediram uma real integração ao seio da comunidade cristã, deveras o motivos apontado como estopim para Expulsão dos Judeus da Espanha em 1492.

A maioria dos judeus conversos, como os não conversos, optaram pelo exílio, sendo que muitos deles atravessaram a fronteira para Portugal.

Portagem


Em Portugal, os judeus tiveram a opção do exílio à conversão em 1497, Sendo que a grande maioria, preferiu o Exílio, se dirigindo aos portos do país.
Porém o destino que os esperava era outro, foram impedidos de sair do país, sendo obrigados a conversão, para continuarem vivos.

Assim, mais uma vez, o espírito Sefardita do Realismo ao invés do Idealismo, foi peça fundamental na preservação da vida dos judeus, para em uma próxima oportunidade, voltarem a uma vida judaica.

Por está razão, o cripto-judaismo foi muito mais prevalecente em Portugal do que na Espanha, apesar de muitas dessas famílias serem de origem Espanhola.





Raymond of Peñafort, Summa, lib. 1 p.33, citing D.45 c.5.

David Rabeeya, A Sephardic Answer to Modern Jewish
Identity.(www.zeek.net/804rabeeya)

Os judeus Hispano-portugueses



Os judeus Hispano-Portugueses são um subgrupo de judeus Sefarditas que tem suas origens étnicas no seio da antiga comunidade judaica na Península Ibérica (em Especial nos judeus conversos,conhecidos pejorativamente como Marranos) e que formaram comunidades, principalmente na Europa Ocidental e nas Américas nos idos do século XVI.

Essas comunidades se distinguem claramente das formadas por descendentes dos judeus expulsos da Espanha, em 1492, e de Portugal, em 1497, e que tiveram como destino Países do Mediterrâneo, Sul da Europa, Norte da África e Oriente Médio.