Judeus Portugueses na América-Portuguesa

América Portuguesa
Em sua diáspora pelo mundo, os conversos portugueses, encontraram um porto seguro nas colônias ultramarinas Portuguesas, em especialmente no Brasil: A América Lusitana.

Entre os séculos XVI à XVIII, a grande maioria dos conversos que saíram de Portugal escolheram o Brasil como destino.

Isso se deveu não só as facilidades, já que as colônias nada mais eram que os quintais da metrópole, mas também a possibilidade de crescimento econômico e ascensão social.  



Todavia, dois grupos distintos de Cristão-novos podiam ser observados entre os que decidiram cruzar o Atlântico: 



  • Os que optaram pelo exílio por motivos religiosos. 
  • Os que optaram pelo exílio, e assim, fugir da marginalização social imposta pela  genere et moribus, que os impediam de ocupar um lugar digno na sociedade lusitana.
Deveras complexo separar um grupo do outro, pois mesmo os que buscavam lugares onde as leis de segregação eram frouxas, também almejavam uma posição digna na sociedade.
 
Interrogatórios do Sto. Ofício



As notícias de prosperidade dos conversos portugueses no Brasil, não tardaram a chegar em Portugal, que logo cuidou de despachar visitadores do Sto. Oficio as capitanias mais prosperas do Brasil.

 



 A primeira Visitação do Sto. Ofício ao Brasil aconteceu entre de 1591 - 1595. Em 1624, nada menos que 245 Conversos já haviam sido processados.

 
Engenho Camaragib
Entre os anos de 1649 - 1748, entre os processados, encontramos 18 brasileiros de origem conversa executados no Largo do Róssio em Lisboa.

O Judaísmo, na maior parte do tempo, esteve presente na vida dos conversos portugueses de forma oculta no Brasil.

Em 1580 já se tinham notícias de várias Esnogas que funcionavam em Engenhos pertencentes a Conversos Portugueses.

Entre as primeiras Esnogas Secretas do Brasil, encontramos a do Engenho Camaragibe, Engenho Muribeca, ambos em Pernambuco, e a do Engenho Matoim na Bahia.

Um momento impa para os judeus conversos no Brasil, ocorreu durante a ocupação do Nordeste Setentrional pela Companhia das Índias Ocidentais. 


Invasão Holandesa do Nordeste do Brasil

Com a liberdade religiosa posta como alicerce básico da nova possessão Holandesa nas América, a vida judaica prosperou. 

O continuo fluxo de Judeus da Nação Portuguesa de Amsterdam para o Brasil, somado aos Judeus conversos Luso-brasileiros que assumiram publicamente a sua fé, logo exigiu a edificação de uma vida comunitária organizada.




Assim duas qehilôth foram levantadas:

  • A Qahal Sur Israel, (primeira Esnoga das Américas), liderada pelo erudito Hakham Isaac Aboab da Fonseca,
  • A Maguen Abraham, liderada pelo Gramático e Hakham Rafael Moses de Aguilar.

Ambas foram unificadas na segunda metade de 600.

Com a expulsão dos Holandeses no Brasil, em 1654, a vida judaica ruiu. Porém, quatro foram os destinos tomados pelos Judeus Portugueses:
  • Os que voltaram a Europa;
  • Os que foram em direção a outras possessões holandesas na América do Sul, como Suriname e Curaçao;
  • Os que foram para Colônia holandesa na América do Norte, onde hoje se situa Nova Iorque nos EUA.
  • Os que voltaram à condição de criptojudeus e se refugiaram nos sertões do Brasil.