Em Memoria das Vítimas de Nossa Nação




Listas de algumas da Nação Judaico-Portuguesa vítimas do Regime Nazista



David Alvares Correia, Fredika Alvares, Henry Andrade, Haim Cardoso, Abraham Carvalho, Frida Araujo, Gisela Campos, Aron Castro, Mozez Coelho, Abraham Coronel, Andrae Costa, Laura Coutinho, Abraham da Cunha, Aronas Dantas, David di castro, Elizabeth Dias, Piere Fernandez, Garcia Elias, Abraham Gomes de Mesquita, Henoch Gurgel, Rebecca Leão, Alecksandr Lemos, Raicha Lins, Mordekhai Lobo, Adele Lopes, Jacob de Matos, Nissim Maya, Rachel Mello, Angelina Mendes, Aliza Miranda,Gerrith Monteiro, Alberto Morais, Aron Moreno, Albert Navarro, Anna Nunes, Bertrand Penha, Salomon Pinheiro, Achir Pinto, Adele Rabello, Benjamim Rodrigues, Maurice Serra, Carlota DaSilva, Rachel de Sousa, Judith de Texeira, Allegra Torres, Abgail Valensa, Catharina Del Valle, Esther Vaz, Liliane Xavier... 

Entre tantas e tantas outras vítimas deste insano genocídio..

O Holocausto Nazistas e suas Vítimas Sefarditas



Instituído em 2005 pela Assembléia Geral da ONU, o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Acima de tudo, é um dia dedicado a reflexão: O quanto pode ser nocivo o poder, quando colocado em mãos de quem se encontra a beira da louca. E suas drásticas conseqüências sobre a coletividade.

O termo Holocausto, advém do grego, e, literalmente, pode ser traduzido como [queimado]

No entanto, em princípios do século XIX, o termo já havia perdido seu sentido original. Sendo usado, freqüentemente, para designar massacres ou eventos catastróficos naturais. Com vitimas, ou não.

 Porém , foi somente após a Segunda Grande Guerra que fora utilizado para designar, o extermínio de milhões de pessoas pelo Regime Nazista.

  • Os Judeus Sefardita e o Holocausto


É comum, pela desinformação, que se pense que os Judeus Sefarditas escaparam do Holocausto, extermínio em massa promovido pelo regime nazista. Entre os principais fatores causadores deste mal entendido podemos destacar:

- A idéia, de que os países invadidos, ou que tiveram seus governos controlados pelo regime Nazista, como Dinamarca, Noruega, França Bélgica e Holanda, não eram habitadas por judeus sefarditas.

Ou

- Os Campos de Concentração estavam principalmente na Áustria, Alemanha e Polônia. Países ocupados majoritariamente por judeus de origem asquenazi


Antes de entrar de “cabeça” na questão das comunidades judaico-portuguesas de Holanda e França, seria importante entender o quanto o regime nazista foi nocivo ao Mundo Sefarditas.

O duro golpe que reduziu o mundo sefardita a cinzas começou a tomar corpo em meados do ano de 1941. Quando os Aliados do Eixo, iniciaram suas investidas na região dos Bálcãs.

As comunidades Sefarditas dos Bálcãs remontavam a 1492, quando os monarcas católicos de Espanha, haviam Decretado a Expulsão de todos os judeus da Espanha.

Essencialmente urbanos, os judeus sefarditas levaram o esplendor de sua Sefarad para os grandes centros do Império Otomano, como as cidades de Salônica e Istambul.
Sendo que, no decorre dos séculos seguintes, formaram grandes e prósperas comunidades urbanas em Sarajevo, capital de Bósnia Herzegovina, Belgrado, atualmente a capital da Sérvia – ambas as cidades faziam parte da antiga Iugoslávia - e Sófia, capital da Bulgária.
                                                                                                   
Tragicamente, estas comunidades sefarditas foram reduzidas a cinzas durante a presença nazista na região.

Um exemplo triste deste extermínio foi o da comunidade Sefardita na Grécia. Onde havia 77.000 judeus, antes da Segunda Grande Guerra, restaram, após a queda do regime nazista, 1.100 sobreviventes. 



·       O Caso de Salônica.


Salônica, deteve o titulo de maior cidade Sefardita do Mundo, até meados da década de 40 do século passado. Quando, outrora, fora um importante centro intelectual, religioso e cultural do mundo sefardita.
                                                                                         
 Conhecera durante as investidas do eixo e seus Aliados, o maior genocídio de sua história.  Quando 98%, dos 56.000 Judeus da Cidade, foram deportados para Auschiwtiz- Birkenau, perecendo de fome, doenças, ou nas Câmaras de Gás.


·       De Sarajevo a Sófia; O Mundo Sefardita se reduzia a cinzas.



Na Bósnia Herzegovina, que antes da Guerra, abrigava uma prospera Comunidade Judaica Sefardita de 14.000 pessoas. Após a Segunda Grande Guerra, teve sua população judaica reduzida a 4000 sobreviventes.

Na Bulgária não fora diferente.
Apesar de ser um aliado do eixo nos Bálcãs. Vários setores da sociedade não concordavam com uma política genocida. Essa posição, apesar de mal vista pelos nazistas, evitou a deportação de muitos judeus sefardita que viviam nas grandes cidades da Bulgária.
 Salvando, assim,  a vida de 50.000 judeus. Porém, não evitou a deportação para os Campos de extermínio e trabalhos forçados de 11.000 Judeus Sefarditas da Macedônia e da Trácia,
Pouquíssimos sobreviveram a maquina genocida de Hitler.



·       Judeus Portugueses e o Holocausto

Quando se fala dos judeus portugueses, estamos nos referindo a Sefardita ocidentais                             (West Sephard), ou seja, os judeus que tiveram origem nos Convertidos a Força em Portugal e Espanha. Conhecidos pejorativamente como marranos.

Os grandes Centros dos judeus da Nação Portuguesa estavam situados na Europa Ocidental - França, Países Baixos, Bélgica e Alemanha - na Europa Meridional - Península Itálica, e nas Américas.

Em 1935, a comunidade Judaico-portuguesa de Altona na Alemanha, ainda resistia.
Orgulhosa por deter o titulo de A Comunidade Mais Antiga da Alemanha, contava com 170 membros.
Diferentemente da pequena comunidade Portuguesa de Hamburgo, que em 1910, já se tinha fundindo a comunidade asquenazi.

Os Judeus Portugueses de Altona, permaneceram independentes até seu fim em 1940.

Em maio de 1938, na II Conference of the World Federation of Sephardi Communities, fora debatido a delicada situação de fragilidade dos judeus da Nação Portuguesa, e o anti-semitismo crescente do governo alemão. E assim, um plano fora elaborado.

O plano consistia na retirada em massa de todos os judeus da Nação dos territórios vulneráveis. A ordem era assentá-los em Amsterdã, ou em outras localidades mais seguras.

No entanto, o plano não chegou a concretizar-se, como veremos a seguir               
                                                                                                                                                  
Logo após a Operação Weserübung, que levou a Alemanha nazista a conquistar a Dinamarca e a Noruega, Chegou à vez de avançar sobre a Holanda.
                                                           
Apesar do estado de neutralidade acordado com a Alemanha, a Inglaterra e a França, no pós-guerra (Primeira Grande Guerra) Em 1940 as tropas nazistas não exitaram invadir a Holanda. O grande Centro dos judeus Hispano e Portugueses..


A comunidade judaica da Holanda, nas primeiras décadas do século XX, era bastante representativa. Contando com 140.000 membros, sendo que, menos de 5000 era da Nação Portuguesa.

Com a invasão nazistas 75% dos judeus na Holanda, foram enviados aos campos de extermínio.

Ao final da Segunda Grande Guerra, a historicamente aclamada: A Mãe de Todas as comunidades Judaico-portuguesas no Mundo, fora reduzido a pó.

As perdas foram irreparáveis para a diminuta comunidade Judaico-Portuguesa. Que jamais conseguiu se recuperar do grande golpe sofrido.  

Os que conseguiram voltar dos Campos de extermínio, migraram em sua maioria, imediatamente, para os EUA. E em alguns anos depois para jovem Estado de Israel.

Na Bélgica e na França, o numero de judeus da Nação Portuguesa, já era bastante reduzida durante a ocupação nazista.

O antissemitísmo na França, nos fins do século XIX, havia levado grande parte dos Judeus Hispano-Portugueses a migrarem para os EUA, Londres ou Amsterdã.

Porém, entre os enviados aos campos de extermínio, sobrenomes como Lopes, Pereira e Pinto, podem ser encontrados entre as vitimas judaicas desses dois países.


·       Na Itália de Mussolini e Nacione Ebrea.

A portuária cidade italiana de Livorno, foi um grande centro comercial, cultural e religioso da Nacione Ebrea, termo este usado para designar os Judeus portugueses em Toscana, desde o século XVI.

A comunidade Sefardita de Livorno, chegou a ter, no século XVII, 3000 Israelitas.
Em sua esmagadora maioria conversos, que encontraram um lugar seguro e privilégios comerciais para assim viveram e praticarem abertamente o judaísmo.

Em fins do século XIX, a comunidade Sefardita de Livorno, contava com 2.500 israelitas. Entre eles, muitos levantinos sefarditas, e alguns Asquenazitas e italkitas.

Após a Segunda Grande Guerra, 90 judeus haviam sido deportados de Livorno para os Campos de Extermínio Nazista.

Outros tantos foram massacrados pelos Nazistas ainda em solo Italiano.

Ao Final da Segunda Grande Guerra, 90% de Livorno se encontravam destruída. E seus sobreviventes de origem judaica não passavam de 1000.


·       O Holocausto Sefarditas e suas conseqüências

Os Judeus Sefarditas foram muitas vezes alvos da intolerância. Seja sócio-religiosa ou étnico-social.


No entanto, O Holocausto representou um episódio cruel e devastador a curto prazo e de grandes proporções.

Os judeus Sefarditas, chegaram a representar mais de 80%, de todos os judeus que viviam na Europa, durante os séculos XVI - XVIII..

Antes da Segunda Grande Guerra, já não representavam 20% na Europa.

Por serem essencialmente urbanos, habitando grandes cidades Européias.
Tornaram-se alvos fáceis do antissemitísmo.

Após a Segunda Grande Guerra, os Sefarditas tornaram-se uma população bastante diminuta. Com seus centros econômicos, culturais e religiosos destruídos. 
E que estão pouco a pouco, sendo engolidos por valores culturais e sociais estranhos ao seu mundo.

O que os coloca em perigo, não só no que tange aos seus valores culturais, que por séculos, os distinguiram como Sefarditas. Mas como um povo, que a cada dia está a ser esmagado por não verem futuro no horizonte em continuar sefarditas.


Fonte: CESME - Centro de Estudos Sefardita Meirat’Enain.